quinta-feira, 25 de março de 2010

A violência e as crianças







A violência no âmbito doméstico, principalmente contra crianças de tenra idade, é questão chocante e, muitas vezes, relegada a um segundo plano pela sociedade que prefere ignorar a realidade em face de sua natureza abjeta.

As seqüelas e características desse tipo de violência conduzem a um conjunto de sintomas capazes de levar a uma constatação segura da possibilidade de uma criança estar sendo vítima desse tipo de conduta.

Tal conjunto tem sido denominado de "Síndrome de Caffey" ou "Síndrome da Criança Espancada" e pode ser um instrumento de grande valia para a detecção de casos de espancamento de crianças por parte de profissionais das mais diversas áreas que tenham algum contato com crianças ou venham a investigar casos que tais ( v.g. professores, pedagogos, psicólogos, médicos, policiais, etc ).

Por incrível que pareça, as primeiras características dominantes dessa violência são que os atos ocorrem normalmente no lar e em situações do cotidiano. Os agressores geralmente são os pais ou responsáveis, sendo fato que as mães predominam nas estatísticas. As crianças são especialmente aquelas entre zero e três anos, aumentando a incidência em razão direta à maior ou menor vida de relacionamento da criança, ou seja, nas fases em que começa a engatinhar, andar, falar, enfim, ter maior manifestação e contato com o ambiente em que vive.

Considerando as circunstâncias em que normalmente a conduta do agressor se desenvolve, torna-se comum o uso de objetos domésticos como instrumentos para provocar as lesões ( Ex. ferro de passar, cabos de vassouras, garfos, facas de cozinha, panelas, alimentos fumegantes, etc.), sendo ainda comuns agressões manuais ( chutes, tapas, socos ) e até o arremesso das vítimas contra a parede ou o chão.

Em conseqüência ainda das condições peculiares desses casos, pode-se verificar caracteres de lesões que são indicadores:

A sua produção é geralmente marcada por um trajeto de cima para baixo, logicamente, pois produzida por um adulto contra uma criança. Ainda neste sentido observe-se que a gravidade das lesões e mesmo conseqüências letais são comuns nesse tipo de agressão devido à descomunal desproporção física entre os sujeitos ativos e passivos, o que pode até mesmo ocasionar resultados não previstos pelo agressor que não mensura devidamente o grau de violência de seus golpes.

O rosto e a cabeça são suas sedes mais comuns, inclusive por um instinto natural de qualquer agressor em atacar tais partes do corpo. Neste sentido são comuns queimaduras no rosto e na boca, especialmente relacionadas ao momento em que a criança é alimentada e recusa ou quer o alimento com impaciência, findando por receber a comida ainda muito quente propositadamente para queimar-se ou ainda agressões com talheres e outros utensílios ( garfos, facas de cozinha, panelas, etc. ).

Também relacionadas a queimaduras, pode-se mencionar casos em que com caráter "educativo" o agressor vem a queimar as nádegas da criança como castigo por haver urinado ou defecado nas roupas.

Em casos mais graves as agressões na cabeça podem superar simples rupturas do couro cabeludo e chegar até à morte da vítima por traumatismo crâneo-encefálico, ou mesmo em casos de espancamento na região do tronco, provocar quebra de costelas e rotura de órgãos internos.

Outra causa de morte comum é a asfixia, especialmente nos casos em que se pretende calar a criança que chora e acaba-se sufocando a mesma

6 comentários:

  1. Que tristes imagens...quando não morrem, carregam seguelas pra vida toda!!
    Eu repudio toda e qquer violência, seja em criança,adulto, velho,jovem, animais....

    bj

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  2. Os órgãos sociais deviam acompanhar mais de perto a situação de nossas criaças, mas muitas vezes eles próprios têm preconceito, principalmente em cidades pequenas onde todos se conhecem e não têm coragem de denunciar o pseudo "amigo", ou "conhecido".

    Parabéns pela postagem Suelen, que sirva de alerta!!!

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  3. Nossa, fiquei impressionado.
    Vale indicaçao.
    abçs

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  4. Esse assunto dá nos nervos. Nunca mais esqueci uma cena q vi na TV, um pai, com fotos e documentos nas mãos,fazendo um apelo. A ex exposa ou o namorado, a polícia n descobrira, tinham espancado a filha mais velha até a morte. Sem provas ambos foram soltos. Para completar o infortúnio da menina, o juiz achou q n fora a mãe e deu ordem que a mais novinha lhe fosse entregue. A mãe e o namorado pegaram a garota e sumiram. A apresentadora (irmã do Faustão) tinha acabado de ter nene, ficou chocada e n acreditou na história. Eu q fiquei chocada c a reação dela em cortar o pai. Como ela falou logo em seguida à retirada do homem, n acreditou q 1 mãe seria capaz de machucar a própria filha. O mesmo pensamento motivara o juiz a entregar a criança à mãe. E o q foi feito da criança? Nunca fiquei sabendo. Procurei notícias na internet durante muito tempo p ver se surgia algo e nada. Deu uma angústia imaginar como estaria a vida daquela menina. Nunca mais quis nem saber dessa jornalista.

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  5. Lamentavelmente as coisas acontecem desta meneira, infelismente um problema de difícil solução, pois requer empenho das autoriades ai sabe como é.
    Abraços forte

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