quinta-feira, 27 de maio de 2010
VIOLENCIA CONTRA OS PROFESSORES
Pesquisa inédita da Unesco feita em seis capitais mostra que 30% deles já viram arma nas mãos de alunos
Fernanda Mena e Cláudia Collucci escrevem para a ‘Folha de SP’:
A lousa, o caderno, o lápis e a borracha, tão comuns à sala de aula, não é de hoje convivem com o porte de armas, a atuação de gangues e do tráfico de drogas, o furto e a agressão física e verbal.
‘Violência contra o professor é a coisa mais comum que há em escolas. Todos têm uma história para contar’, diz o professor de geografia do ensino fundamental e médio João (todos os nomes de professores são fictícios), 38.
O depoimento de João ilustra bem o resultado de um estudo inédito da Unesco (órgão das Nações Unidas para educação e cultura). Intitulada Pesquisa de Vitimização, o estudo entrevistou, em 2003, 2.400 profissionais de seis capitais brasileiras (SP, Rio, Salvador, Porto Alegre, Belém e Distrito Federal) e apontou que 86% deles admitem haver violência em seu local de trabalho.
Segundo a pesquisa, mais de 50% dos professores afirmam haver casos de furtos nas escolas onde trabalham. Um em cada dez conhece casos de gangues e de traficantes atuando nas instituições. E 30% já viram algum tipo de arma nas mãos de seus alunos.
‘A violência conseguiu impor a sua lei do silêncio’, explica Miriam Abramovay, coordenadora da pesquisa da Unesco. A evidência está nos dados: 53,2% dizem ‘não saber’ se gangues atuam na escola e 61,2% afirmam ‘não saber’ se ali há tráfico de drogas. ‘O pânico é tamanho que fica mais fácil fingir que não há nada acontecendo’, diz.
‘Todo o problema do fracasso escolar vem não só da qualidade do ensino mas também daquilo que ocorre no cotidiano escolar’, diz. ‘A escola não funciona. E não está organizada nem preparada para receber a população que passou a freqüentá-la com a democratização do ensino’, afirma Abramovay. Para ela, a violência aumentou à medida que o ensino se democratizou e a escola de hoje não tem mecanismos de resolução de conflitos
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Oi, Suelen
ResponderExcluirMuito bom o post. Esse é um tema que deve ser amplamente discutido pela comunidade e divulgado a todo momento.
Abraços
Belo artigo parabéns...já não basta o salário vergonhoso,os professores ainda tem de lidar com agressões e ameaças de seus alunos.Aonde vamos parar?
ResponderExcluirBjos
Su!
ResponderExcluirUma excelente matéria a que nos passa.
A violência está geral, e todo tipo de violência é condenável, mas as autoridades deveriam estar mais presentes para que esse tipo de violência contra os professores não acontecesse mais.
Adorei!
Bjs.
Ro.
Suelen,
ResponderExcluirParabéns por abordar esse tema. Infelizmente, essa é uma realidade cada vez mais presente nas escolas.
O professor é agredido verbal e fisicamente, e ainda leva a culpa pelo caos na Educação. Já tratei dessa questão também no meu blog.
Abraços.
Infelizmente fica muito difícil tomar medidas para pelo menos amenizar essa situação, "A violência conseguiu impor a sua lei do silêncio". "O pânico é tamanho que fica mais fácil fingir que não há nada acontecendo", o medo hoje predomina. A que ponto chegamos...
ResponderExcluirOlá Su, este é uma assunto que sempre merece um espaço para discussão. Só queria fazer uma correção: Miriam Abramovay, é Coordenadora de Pesquisas da Rede de Informação tecnológica Latino Americana - RITLA - um organismo internacional, com sede no Brasil, que vem trabalhando essa temática há alguns anos, desenvolvendo trabalhos no Distrito Federal que estão sendo referência em toda a América Latina. Para quem quiser mais informações é só acessar: www.ritla.org.br - Abraço.
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