HOMEM ASSASSINA AS PROPIAS FILHAS DE 2 E 4 ANOS

O corpo de uma das meninas atiradas pelo próprio pai de uma ponte em Nova Almeida, na Serra, na noite de terça-feira, foi encontrado na manhã desta quarta numa região conhecida como Posto da Lama, na Praia do Filé, no mesmo bairro.

As buscas do Corpo de Bombeiros pela outra criança, de dois anos, continuam nessa manhã. A mãe das meninas, Ana Lúcia Correia, ficou a todo o momento sentada à beira do rio Três Reis Magos, esperando informações sobre o corpo da filha. A diarista está sendo amparada por parentes. As buscas recomeçaram às 6h.

"Eu só quero as minhas filhas. É só isso que eu quero", disse a mãe de Luciana Barbosa, de dois anos, e Luciene Barbosa, de quatro anos. As duas foram jogadas pelo próprio pai do alto de uma ponte. O crime aconteceu por volta das 18h de terça.

Uma testemunha, que não quis ter a identidade revelada, informou que o pai se aproximou do parapeito da ponte com as duas crianças. Ele simulou que mostraria a paisagem para as filhas e, então, as jogou no rio. Ao perceber que tinha sido flagrado, o homem saiu correndo em desespero.

Populares se reuniram às margens do rio e o Corpo de Bombeiros realizou buscas nas imediações, porém, os trabalhos foram interrompidos por voltas das 21h, devido à má iluminação. A forte correnteza também dificultou as buscas.

Segundo a tia das meninas, Ana Cláudia Dortes, a avó paterna teria pegado as crianças para encontrar o pai, sem autorização da mãe. "Ela (a mãe) deixou as crianças com a mulher e foi em Vitória. A mãe dele foi até a casa da mulher e disse que o pai queria ver as crianças. Quando a mulher virou as costas, ela passou a mão nas crianças", revelou a tia entre lágrimas.

Quando os populares souberam da prisão do acusado, correram na direção do DPM, na tentativa de linchar o pai das meninas. Ele foi preso em Costa Bela, enquanto era agredido por moradores da região. Wilson Barbosa declarou que jogou as crianças por amor à mãe delas. "Eu queria voltar para a mulher, que eu gosto dela. Amava minhas filhas demais".

Populares afirmaram que Wilson é alcoólatra e viciado em crack. A mãe das meninas se separou a cerca de dois meses e conseguiu na justiça um documento que proibia Wilson de se aproximar dela. Porém, a proibição não se estendia às filhas.

"A secretária de Justiça falou que se ele pegasse as crianças e prendesse, eu podia ligar para o 190. Eu liguei cedo. Se tivessem me ajudado nada disso havia acontecido", reclamou a mãe das vítimas, sem controlar os choro. Ela também afirmou que Wilson era agressivo com ela, mas que nunca havia maltratado as filhas antes. "Com elas ele não era agressivo, só comigo. Me batia, espancava. Eu quero que ele morra".