sábado, 17 de abril de 2010

A camisola negra




Negra,

sobre a pele se faz transparecer.

Negra,

camisola que a mim te mostra.



Pele na pele.

e o desejo posto a nascer.

Deitada à espera, pronta, exposta.



Tecido que cede

O que, então, era amostra,

Agora é entrega!



Início de refrega,

Em luta de amor,

Corpos se doam.



Sensações indomadas!

Reações animais!

Dois seres naturais!

Grunhidos, gemidos!

Eriçados pêlos!



Línguas e dedos.

Tatos e fatos.

Sabores e olfatos.

Gula, ...tesão!



Negra,

a negra pele se perde.

Jogados ao chão...

Nus... corpos nus...

Rolam!

Fome, desejo, paixão!



Carnes quentes,

Desejos ardentes,

Febre fervente,

Louca penetração!



Vira e revira,

Assume nova visão.

Incontida, a carne delira.

Úmida, molhada,

pronta em união.



Entrega, doma, deleita.

Novamente um corpo se deita.

Chama, lambe, toca e afaga,

Faz-se, da noite de amor, a maga.



Deitada no chão à espreita

A transparente negra pele.

Descansa enfim o fervor.

Da sonhada noite de amor!

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